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Mostrando postagens de março, 2021

poemas; reflexões

O segundo texto - e chamo de texto o que alguns chamariam de frase, outros de poema e muitos de perda de tempo - desta coletânea é uma curta reflexão sobre meu reflexo inconsciente. Para ilustrar que não são apenas espelhos físicos os capazes de mostrar-nos nossa face, escrevi um breve fragmento sobre como me sinto muitas vezes um ser sem identidade. Somos tão voláteis e tão inconstantes que, se não checarmos diariamente nossa imagem, corremos o risco de perdê-la para sempre; ou, se a confrontarmos constantemente, ficamos expostos a uma sensação ainda pior: viver em um corpo vazio, preenchido de incertezas, dúvidas e solidão. Para esses corpos vazios, pertencentes a ninguém, cujos donos não conseguem retornar, escrevi Espelho. . . . Espelho Eu não sou eu e, se um dia fui, não sou mais. Deixei de ser o que eu sou. E como eu era eu mesmo, antes de me tornar: Ninguém.

poemas; inícios

Ponderei por muito tempo se devia ou não publicar aqui meus poemas, escrevi vários rascunhos, tinha inúmeras versões e várias vezes esperei o primeiro dia do mês para começar um projeto. Como se pode notar, todas as tentativas falharam, alguns textos conseguiram ser postados apenas para mais cedo ou mais tarde serem retirados do ar. Por que me escondia? Por que os escondia? Não sei ao certo, claro que tenho minhas teorias, mas nunca alcancei uma conclusão e nem pretendo. Inicio essa coletânea de poemas com o meu primeiro poema publicado - excluindo os da época em que era jovem demais para entender poesia - com a esperança de que consiga terminá-la e mantê-la aqui; não há certeza em nada, mas esta é a beleza da vida para muitos. . . . Chiaroescuro O escuro Que de tanto ser encarado Se tornou o branco mais puro A luz Que de tão brilhante Até aos cegos seduz . . O título do poema leva o nome de uma técnica renascentista utilizada nas pinturas do século XV. A palavra, de origem ital