poemas; dualidades

Demorei muito tempo para entender como me via e como queria ser visto, meu ambiente familiar não me ajudou em nada nesse processo e ter que crescer de forma internamente conturbada atrasou bastante minhas tentativas. Há alguns anos eu tenho conseguido finalmente encontrar um corpo no meio dessa bagunça que eu carrego comigo. Ainda é difícil lidar com estímulos opostos todos os dias e conciliar minhas identidades em uma coisa só, não tenho perspectivas de futuro nem noções de uma percepção melhor, mas esse caminho se tornou bem mais natural com o tempo e não é mais uma questão procurando desesperadamente por respostas.
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Caminho

Eu fugo desde sempre, do quê?
Eu corro todo dia
Me escondo nas rodovias
Sou da sombra, fugitiva
De mim mesmo, caçador
Quando chego muito perto
Estico o braço e quase acerto
Mas me falta a coragem
De prender meu próprio eu


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