poemas; apatias
Escrevi esse poema pensando no meu pai, ele estava dirigindo e eu, sentado no banco de trás do carro, observava-o pelo retrovisor. Nossa relação sempre foi silenciosa, mas eu não acho que esse silêncio tenha sido significativo ou aconchegante. Com o tempo percebi como ele era uma alma pobre. Tentei retratar isso nesse texto, mostrando como ele rejeitava as soluções oferecidas e se afundava cada vez mais na sua personalidade egoísta e distante. Hoje, eu vejo que meu pai nunca aprendeu como tratar dos sentimentos dele, muitos são assim, e o que mais me entristece é, às vezes, perceber que sou quase como ele...
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A máquina
O homem que não sabia amar
Perdeu todo o amor que tinha
Enquanto piamente repetia
Que em nada o amor pode ajudar
O homem que não sabia parar
Perdeu todo o tempo que tinha
Enquanto piamente repetia
Que em nada o tempo pode ajudar
O homem que não sabia falar
Perdeu todas as palavras que tinha
Enquanto piamente repetia
Que em nada as palavras podiam ajudar
O homem que não sabia viver
Morreu sem nunca entender
Enquanto piamente repetia
Que em nada a vida podia ajudar
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