poemas; enganos

Quando eu era pequeno, costumava ver um passarinho azulado constantemente pelo bairro e, há alguns meses, quando o mamoeiro aqui de casa ainda estava de pé ele visitava rotineiramente para bicar alguns frutos. Eu semprei achei que seu nome era azulão e juro ter ouvido meu pai chamá-lo assim diversas vezes. Só recentemente descobri que seu nome é na verdade sanhaçu ou, como se estivesse óbvio, sanhaçu-do-mamoeiro. Inspirado pelos pássaros que vejo presos na frente das casas do meu bairro ou à venda em casas de ração pela cidade e como um pedido de desculpas por ter errado seu nome por tantos anos, fiz esse poema:
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Céu azul

Sanhaçu cativo
Quer dançar ao vento
Quer sair aos céus
Preso entre grades cinzas
Como suas penas lindas
Cobertas pelo azulado véu
E à noite deprimido
Vai se esvaindo
A força do cantar
Não lhe sobraram sonhos
Quando o sol nasceu
Morreu como o luar

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